Era um sábado como outro qualquer, o despertador tocou ás 7h, porque tínhamos que estar em Oeiras às 8.30h, acordamos, despachamos-nos e fomos para o nosso compromisso. Deixamos o irmão do P. para fazer um exame, e como tínhamos 2 horas livres, fomos vadiar para o Oeiras Shopping... À 13.30h estávamos de volta a casa, fiz o almoço, arrumei a cozinha e de repente senti um cansaço imenso, tive que me ir deitar no sofá e dormir umas horinhas. Durante a tarde, o P saiu para ver uns jogos de futsal e eu fiquei com a minha mãe que me veio dar uma ajudinha nas arrumações da casa. Às 18.30 levantei-me para ir ao Wc e senti uma "agua" a escorrer para as cuecas, pensei para mim "estou mesmo incontinente", fiz o xixi, e a agua continuava a sair sem parar. Chamei a minha mãe, e disse que achava que me tinham rebentado as águas, ligamos ao P. que já estava a estacionar o carro na garagem. Agarramos nos meus documentos e nas malas e lá fomos para as Urgências do Hospital de Santa Maria. Quando estou a dar entrada, dá-se o diluvio completo, senti como se tivesse rebentado um balão de agua dentro de mim, já não havia duvidas, a Madalena ia nascer.
Fui analisada nas urgências, rompimento da bolsa, com 1cm de dilatação e sem contracções. Vesti-me a rigor e fui levada para o 6ºandar, lá fiquei quietinha numa cama, ligada ao CTG, e a soro sem puder sair dali. O P foi ter comigo, e ficamos umas 3 horinhas na conversa, até vir a Dra. Cátia que estava de serviço, fez-me o toque, 1 cm de dilatação, algumas contracções mas nada de especial. A Dra. aconselhou o P a ir para casa descansar, porque eu só devia entrar em trabalho de parto, no fim da manha de Domingo ou mesmo inicio da tarde, e para poupar energia deveria dormir a noite toda. Fiquei um bocadinho triste, queria o meu marido ali comigo o tempo todo, mas compreendi. Descansei um bocadinho, e por volta das 3h comecei a ficar com contracções mais fortes, aguentei, aguentei, aguentei, e deixei de aguentar passado 30m., chamei a enfermeira e pedi que me dessem uma anestesia, novo toque, 3cm. Veio a anestesista, disse que me ia dar uma anestesia fraquinha para eu conseguir dormir, mas que aproveitava e metia já o cateter da epidural. Não me doeu nada a pôr o cateter, o pior é estar quieta com os joelhos no peito, ao mesmo tempo que temos contracções! Na verdade, a anestesia fraquinha foi mágica, porque consegui dormir umas 2 horinhas e fez-me muito bem. Por volta, das 6.30h, acordei cheia de dores, novo toque, 3cm, não tinha evoluído nada, mas estava com contracções fortes. Deram-me a epidural, e colocaram-me um liquido ligado às veias, como o soro, para ajudar na dilatação. Com a epidural deixei de ter dores, e voltei a descansar, sempre atenta ao CTG, ouvir o coração da nossa bebé, era como se fosse musica para mim, as enfermeiras queriam por o som mais baixo, mas eu não deixei... De repente, por volta das 8h comecei a sentir novas contracções, e uma vontade enorme de fazer força, mas os médicos estavam a passar o turno, e não vinha ninguém fazer-me o toque. Vieram as auxiliares, preparar-me para o parto, e às 9h a Dra Catia veio despedir-se com pena de não ser ela a assistir o parto, mas supostamente ainda ia demorar. A Dra. Catia saí e entra a nova medica para se apresentar, conforme me faz o toque, começou a gritar, preparem a sala, que esta sra. passou dos 3cm para os 10cm, está pronta... Conforme diz isto, entra o P. na sala, as enfermeiras passam-me para uma maca e levam-me para a sala de partos, eu só pensava que era agora, tinha chegado o momento mais importante e eu não podia falhar. Entretanto, o efeito da epidural já tinha passado, e as dores eram muito fortes, mas era uma dor boa, uma dor que eu tinha esperado a noite inteira. Entramos na sala de partos às 9.20h, a medica que me estava a assistir, disse-me que podia fazer força na próxima contracção, o P estava ao meu lado a rir, acho que nem me deu a mão, estava atento a tudo. Vieram as contracções, fiz força, muita força, e à 4ª vez que fiz força a Madalena nasceu, eram 9.47h. Foi tudo muito rápido, claro que é doloroso, mas a vontade de fazermos nascer o nosso filho, é maior que as dores, comigo foi assim. Quando me meteram a Madalena ao colo, foi a melhor sensação que tive até hoje, olharmos para o nosso filho pela 1ª vez é um sentimento indescritível, um sentimento que nunca tivemos antes, um sentimento sabemos que vamos ter para sempre.